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balanceamento de rochas

Mente
Equilibrada

Meditação sentada

   Você pode certamente ignorar que trabalhar a sua mente seja algo importante na vida. Certamente pode, mas não facilmente. Se a sua cabeça não pára de falar e fica misturando lembranças do passado com expectativas e medos futuros, ela precisa ser trabalhada. Mas calma, você não está sozinho. E me refiro a todas as outras mentes incansavelmente pensantes neste mundo, e não às personalidades diferentes que parecem habitar seus pensamentos.
   Todo esse movimento dentro da nossa cabeça é normal. Acontece porque a única função da mente é pensar. Resgatar isso ou aquilo do passado, projetar imagens boas ou ruins do futuro, julgar o que acontece no momento presente como bom ou ruim de acordo com suas experiências, e por aí vai. Não há nada de errado nisso, certo? Certo, mas têm limites do quanto essa permissão por vagar sozinha vai te beneficiar. 

      A mente é um reflexo de tudo o que já está enraizado em nós, sejam coisas que escolhemos viver e guardar, sejam coisas que simplesmente enfrentamos sem interpretar e ficaram lá, às vezes de um jeito todo distorcido. Acontece que, enquanto não dedicarmos um mínimo de tempo e energia para se escutar e “trabalhar” a mente, continuaremos escravos dessa agitação mental, podendo viver em meio a muita angústia e sofrimento, já que a mente (quando não domesticada) funciona em uma velocidade enorme e não te permite definir em quê você quer ou não pensar. Instala-se então a famosa ansiedade.
     No outro lado do horizonte estão as pessoas que aprenderam a “domesticar” a mente, e vivem em  um estado de equilíbrio bastante evidente. Como funcionaria isso? Bom, o ponto de largada seria entender que quem você é vai muito além da sua mente pensante. Há uma imensidão de valores, propósito, desejos e sentimentos intrínsecos em você, que se conectam com a sua essência e com aquilo que você é e acredita, independentemente do que te acontece no dia a dia.

Ex: posso estar muito descontrolada no trânsito xingando alguém, pois estou atrasada para uma reunião na qual precisarei apresentar dados que podem colocar em cheque o meu emprego. Sei que as outras pessoas na rua não tem nada haver com essa situação, mas o meu medo e agitação são tamanhas que eu de fato acredito que naquele minuto todos estão contra mim e reajo com raiva. 

     Neste exemplo, eu estou passando por cima de valores como o respeito ao xingar outras pessoas quase que à toa. Estou tão apegada ao papel que cumpro na minha profissão que deixo ele atravessar outras relações. Estou com a mente tão fissurada no horário e na reunião futura que não percebo que o único momento que existe de fato, por enquanto, é o agora, e que nele, eu já estou fazendo o que posso: me deslocando para o escritório. Ter a mente equilibrada e conectada à minha essência seria aceitar o momento presente como ele é, reduzir a frustração pelo trânsito respeitando quem está à minha volta e vibrar em uma expectativa mais positiva para a reunião, pois todas essas ações estão mais de acordo com o que eu acredito e com a pessoa que eu sou de verdade. 
   Porém, vamos devagar. Ninguém aqui vai se transformar em um Buda. Momentos irritantes acontecem, mas existem ferramentas para que você não se perca na sua mente e consiga exercitar formas diferentes de pensar. O objetivo não é ser visto como pleno, não é impressionar ninguém. Não é para ser melhor que os outros, mas para viver mais feliz, para ficar menos exausto durante o dia, para canalizar a sua energia para as coisas que você de verdade quer conquistar na vida, para que as suas relações seja mais saudáveis.... e assim por diante.
     Ficou claro como sua mente não é necessariamente um reflexo do seu eu interior? Ficou claro porque é de extrema valia saber trabalhá-la a seu favor já que ela sofre influência o tempo todo do cenário que estamos vivendo? 
     Após aceitar que a sua mente não é você, vem a etapa de autoconhecimento, para entender quem você é de verdade, o que você quer e valoriza na vida e quais são seus padrões mentais que acabam atravessando toda essa potência escondida. Raiva? Medo? Decepção? Carência?  Depois, vem a parte mais prática que é escolher quais ferramentas mais funcionam para você no dia a dia para pacificar sua mente. Primeiro a gente conversa com ela, se entende, e depois apazigua. Seria um momento em silêncio a sós se fazendo as perguntas certas? Seria uma atividade física? Seria a meditação? Exercícios respiratórios? Rezar?
      Seja qual ferramenta for, o importante é que ela funcione para você. Permitir que o coração sinta as emoções que vierem é importante, respeite esse processo, mas não deixe as emoções passearem sozinhas. Pegue-as pela mão. Entenda de onde elas vêm, se estudando a ponto de ser perito em você mesmo. Dessa forma, minimizamos as chances de sermos pegos desprevenidos nas novas situações que enfrentaremos. Não seremos reféns do mundo e nem da nossa mente. 

Trabalhe sua mente

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