Falar que a sociedade impõe padrões de beleza não é novidade para ninguém: sejam eles padrões sobre o porte físico, estético ou até sobre as escolhas de roupas, acessórios e demais elementos visuais. E não só eles! Estamos expostos a todos os tipos de padrões: escolhas, profissões, hobbies e etc. Aprender a olhar para dentro, avaliar suas próprias opiniões e reduzir cada vez mais o impacto dos olhares alheios à nossa percepção de valor é que são as ‘novidades’ no pedaço, e os desafios que todos estão enfrentando nos últimos anos.

    Mas será que o conceito de saúde também tem um padrão? Será que ele é um padrão unânime para todos que o ditam ou que são impactados por ele? A realidade é que ‘saúde’ possui uma definição teórica pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que é muitas vezes ignorada: é um estado de completo bem-estar físico, emocional, mental e social e não apenas a ausência da doença.

  O que, no seu dia a dia impacta o seu bem-estar físico? Sua postura no trabalho? A caminhada até a faculdade/curso/trabalho? Ter que ficar muitas horas em pé, sentado? Tomar ou não café da manhã? Um almoço delicioso, porém, pesado, ou uma saladinha leve para terminar o expediente? Conseguir aliviar dores de tensão? Ter o intestino funcionando com regularidade? Dormir cedo, dormir tarde? Dormir bem ou mal?

    O que impacta o seu bem-estar emocional? Ter suporte de pessoas queridas? Estar em paz consigo mesmo? Viver em um ambiente de baixa pressão? Ser reconhecido no trabalho? Conseguir perceber se a energia do lugar é boa ou afastar-se daqueles onde sente uma energia ruim?

    E como será que o seu bem-estar mental é impactado na sua rotina? Você consegue ter um tempo para rever seus afazeres e obrigações? Faz a distinção do que são expectativas dos outros ou as suas próprias vontades? Estar cercado de pessoas que você admira? Não ser contrariado em público? Conseguir se distrair o dia todo ou estar atento aos seus sentimentos?

   E por fim, já parou para pensar no seu bem-estar social? Me sinto aceito e bem recebido aonde vou? Consigo me expressar e fazer amizades ou me mantenho fechado? Nas relações pessoais ou afetivas eu sou eu mesmo, me expresso com sinceridade, ou crio uma máscara do que acho que as pessoas esperam de mim? Me permito trocar ideia com quem pensa diferente ou acabo por me afastar dessas pessoas?

 

    Raramente nos fazemos esses questionamentos. Todos eles são sobre nós mesmos ou sobre a nossa leitura do ambiente. Responder a todas essas questões quando sentimos que falta algo para a construção do nosso bem-estar geral (ou seja, da nossa saúde) é a jornada do autoconhecimento.  Desde a percepção sobre se comer carne a noite te faz bem ou mal até aprender porque o comportamento “X” da pessoa “Y” faz você sentir tanta raiva. Todos esses aspectos que impactam o nosso dia a dia podem ser mais bem encarados, mais bem ‘vividos’ se nos conhecermos a fundo. Sem melindres, sem hipocrisia, sem autojulgamento. Com sinceridade e auto perdão: quem é você?

    Permita-se ser um reflexo da sua história, do seu contexto, da sua personalidade. Mas permita-se também querer ser melhor, querer aprender, evoluir. Apenas sendo sincero com o que se é de verdade você poderá começar a trabalhar nas características que deseja desenvolver. Primeiro buscar a origem do que te faz ter o traço que não gosta. Aceitar, se entender e então encontrar o caminho para a evolução. Vamos juntos?